A beleza da Matemática

"Os padrões criados pelo matemático, como os do pintor ou do poeta, devem ser belos; as ideias, como as cores ou as palavras, devem se encaixar de um modo harmonioso. A beleza é o primeiro desafio: não existe lugar permanente no mundo para a matemática feia". G. H. Hardy


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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Ah, a Humanidade! E Outras Boas Intenções

Falência da linguagem inspira peça do americano Will Eno

'Ah, a Humanidade! E Outras Boas Intenções' traduz a delicada experiência de viver

21 de junho de 2013 | 2h 29
UBIRATAN BRASIL - O Estado de S.Paulo

"Um treinador de futebol, devidamente paramentado, prepara-se para uma coletiva de imprensa, mas, ao invés de falar sobre os problemas do time, desanda a comentar sobre a vida, o amor, a cidade. Minutos depois é a vez da funcionária de uma companhia aérea, que terá a missão de conversar com parentes de vítimas de um acidente - novamente, o inusitado acontece, pois ela prefere lembrar problemas pessoais, como a perda do pai.
Divulgação
Cena de 'Ah, a Humanidade! E Outras Boas Intenções'
As duas histórias fazem parte de um conjunto de cinco que compõem a peça Ah, a Humanidade! E Outras Boas Intenções, que estreia hoje no Teatro Anchieta, no Sesc Consolação. Em todas, prevalece o sentimento da resistência. "Sempre tive fascínio pelas pessoas que seguem adiante mesmo quando as coisas não vão bem", comenta o dramaturgo americano Will Eno, autor do espetáculo que, como vem acontecendo com a montagens de suas peças no Brasil, novamente tem a assinatura do ator Guilherme Weber e do tradutor e diretor Murilo Hauser, membros da Sutil Companhia de Teatro, responsável pelo lançamento do autor no Brasil há dez anos.


"Will trata de um tema que lhe é muito caro: a falência da linguagem, ou seja, quando não conseguimos expressar nossos sentimentos mais profundos", diz Weber.
Will Eno tem uma sensibilidade artística à flor da pele - sua inspiração nasce a partir de momentos banais ou de grande complexidade histórica. Adolescente, surpreendeu-se quando assistia a uma peça em que uma cadeira, ao invés de sumir magicamente de cena, puxada por um invisível fio de náilon, despencou no chão, por conta de uma falha. O fascínio se quebrou e mostrou ao jovem rapaz que a falibilidade também existia no fantástico universo da arte.
Outro exemplo compreende um tremendo desastre histórico. Na noite de 6 de maio de 1937, o gigantesco dirigível Hindenburg preparava-se para descer no campo de pouso da base naval de Lakehurst, em Nova Jersey (EUA), quando, às 19h30, um incêndio tomou conta da aeronave - como era utilizado gás hidrogênio, altamente inflamável, para mantê-lo no ar, bastaram 30 segundos para que tudo fosse reduzido a pó, deixando um saldo de 36 pessoas mortas. Em suas inúmeras viagens anteriores, o Hindenburg nunca sofreu ameaças de acidente, daí a enorme surpresa provocada pela sua destruição.
À espera de uma aterrissagem rotineira, o locutor da rádio WLS Chicago Herbert Morrison imortalizou o acidente ao narrar aquele meio minuto dramático. Sua descrição, pontuada pelo desespero, tornou-se clássica, especialmente quando, ao revelar sua incapacidade, pronunciou a expressão "Oh, a humanidade", que logo entrou para a cultura popular americana.
"Até hoje, é usada para expressar desesperança", conta o ator Guilherme Weber, que volta a interpretar em um texto de Eno - ele esteve em Temporada de GripeLady GreyThom Pain, que foi indicada ao prêmio Pulitzer em 2005. "A partir disso, Will criou histórias curtas mas de forte impacto, que têm em comum a evidência de que a linguagem muitas vezes revela-se falha para expressar sentimentos profundos." ...
Para isso, ele optou por um cenário que ocupe todo o palco, pós-apocalíptico e que remete àquele campo de pouso do Hindenburg, no longíquo ano de 1937: ao invés de passageiros desembarcando normalmente, pessoas pulando do dirigível em chamas. "O espaço quebra a rotina e mostra como os personagens das cinco histórias são como sobreviventes de catástrofes." ...
Admirado por Edward Albee, um dos grandes nomes da dramaturgia mundial, Will Eno revela-se, como o mestre, também interessado em apresentar as complexidades da vida de uma forma poética e provocante."
'Ah, a Humanidade! E Outras Boas Intenções'

Publicado em 21/06/2013
A peça Ah, a Humanidade! E Outras Boas Intenções traz histórias divertidas e que fazem pensar sobre comportamento em momentos de crise.

programação

'AH, A HUMANIDADE! E OUTRAS BOAS INTENÇÕES'

SESC Consolação
Rua Doutor Vila Nova, 245
Vila Buarque - Centro - SP
(011) 3234-3000
www.sescsp.org.br


Não recomendado para menores de 16 anos

21/06 a 28/07.
Sextas e sábados: às 21h.
Domingos: às 18h.

Composto por cinco peças curtas, o espetáculo revela um micro-universo de personagens comuns em circunstâncias extraordinárias. Expostos em suas condições frágeis, cômicas e humanas, estes personagens enfrentam uma coletiva de imprensa, uma gravação de vídeos para uma agência de encontros, o pronunciamento de uma companhia aérea após um trágico acidente e a reconstituição de uma fotografia de Guerra.

Texto: Will Eno. Tradução e Direção: Murilo Hauser. Concepção do projeto: Guilherme Weber e Murilo Hauser. Com: Celso Frateschi, Érica Migon, Guilherme Weber e Renata Hardy. Teatro Anchieta.
  • R$ 32,00 [inteira]
  • R$ 16,00 [usuário matriculado no Sesc e dependentes, aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante]
  • R$ 8,00 [trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes]

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